Muitas pessoas caminham pela vida sem saber para onde estão indo. Apenas estão caminhando pela vida sem alvo, sem direção certa, sem propósito; apenas estão indo para qualquer lugar. Isso me faz lembrar de uma das mais conhecidas fábulas infantis, Alice no País das Maravilhas, que conta a história de uma menina chamada Alice, que segue um coelho branco até a sua toca e, de lá, embarca numa emocionante aventura.
No decorrer da viagem, Alice encontra muitos caminhos que seguem em variadas direções. Em dado momento, ela perguntou a um gato sentado numa árvore: “Você pode me dizer que caminho eu deveria tomar para seguir daqui adiante?” O gato respondeu: “Isto depende em muito para onde você quer ir”. Alice retrucou atônita: “Eu não sei, e também não me importo para onde ir”. O gato, então, respondeu sabiamente: “Sendo assim, qualquer caminho serve”. Moral da história: “Quem não sabe para onde vai, qualquer caminho leva, e não chega nunca”.
É no mínimo impressionante que isto faz parte da agenda de vida de não poucas pessoas. Esta pode ser a história da sua vida, se você tomou decisões sem nenhuma preocupação sobre os alvos que queria atingir; ou se seguiu seu próprio caminho, mas sem dar a mínima importância ao que dizem as placas de sinalização.
É exatamente assim que muitas pessoas fazem. Há quem se entregue aos inomináveis prazeres da carne, não se importando com as conseqüências, se vai pegar ou transmitir doenças. Há quem se meta em caminhos criminosos, sem se importar se vai esbarrar nas garras da lei. Há quem se case, sem jamais se importar realmente em constituir família. Há quem se dedique a comprar coisas, por mero consumismo, mas sem nenhuma intenção de usá-las. Há também aqueles que, mesmo sabendo que “a vida é uma viagem” para o além, jamais buscam se preparar, não se importando sequer em adquirir o “bilhete” da passagem.
Conta-se que Albert Einstein, o grande físico, certa feita viajou de trem a partir de Princeton, quando o cobrador estava a pedir o comprovante da passagem para cada passageiro. Quando se aproximou de Einstein, este enfiou a mão no bolso do casaco. Ele não achou a passagem, então enfiou a mão no outro bolso. Também não estava lá. Ele a procurou na sua maleta, mas também não a encontrou. Ele olhou atrás de seu assento, e tampouco a encontrou ali. O cobrador disse: “Dr. Einstein, eu sei quem o senhor é. Todos nós sabemos. Eu tenho certeza que o senhor comprou a passagem. Não se preocupe com isto!”
Einstein balançou a cabeça em agradecimento. O cobrador então continuou a caminhar pelo corredor, a fazer o seu trabalho. Quando terminou, já pronto para ir ao próximo vagão, ele virou-se e viu o grande físico com suas mãos no chão, de joelhos, debaixo de seu assento. O condutor correu até onde ele estava e disse: “Dr. Einstein, não se preocupe, eu sei quem o senhor é. Eu não preciso ver sua passagem. Eu sei que o senhor a comprou”. Einstein olhou para ele e disse: “Meu jovem, eu também sei quem sou. O que eu não sei é para onde estou indo”.
De fato, saber para onde está indo é dever de cada pessoa. Principalmente em termos espirituais. Quem decidiu recomeçar na vida, mas sem nunca planejar em que lugar chegar, saberá que a vida é feita de muitos atalhos. Mas em termos espirituais, não há atalhos para recomeçar a jornada, há somente um Caminho para chegar-se a Deus.
Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). “Abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Crer em Cristo é o “bilhete” para a salvação eterna, a mais importante viagem da vida. Mas, antes, você precisa decidir se é para lá que quer ir.